O MVP do Brasileiro Sub-17: JJR.

Potiguar no Rio de Janeiro, Jackson Junior não era pra ser o destaque do nacional. Isso não tava programado, e naturalmente, até porque esse tipo de coroa não vai pro RJ, e literalmente nunca foi pro nordeste. É quase protocolar que o MVP acabe sendo paulista, e normalmente, de Paulistano ou Pinheiros. Qualquer coisa fora disso é zebra.

JJR veste vermelho e branco, não listrado como o animal, mas bicolor. Tem suas semelhanças... A diferença é que não é presa fácil, na verdade é osso duro de roer; surpresa ingrata; dono da sua história. O maior testamento de todo protagonista, é saber exatamente do seu estrelato! Se você não sabia, agora sabe; agora conhece; agora ouve. JJR na voz. O azarão!

- Quem é Jackson Jr, dentro e fora de quadra?

"O fora de quadra foi o que me moldou pra ser o que sou dentro de quadra. Sou um menino humilde; ousado sempre; alegre; sorridente que sempre tentar tirar um sorriso de alguém... A palavra que define tudo é sonhador. Dentro de quadra, vou sempre dar de tudo pra poder ganhar, um cara chato; que grita; intenso, e que faz de tudo pra minha equipe poder chegar longe."

- Depois da virada heróica contra o Avaí, e a derrota contra o Palmeiras, você se sentia capaz de fazer um Brasileiro monumental?

"Foi depois desse jogo que a chave virou pra mim, no sentido que dava pra eu ir além, dava pra eu fazer mais. Na verdade, isso foi pra toda a equipe mesmo. Já contra o Palmeiras, uma equipe muito intensa que fica em cima, e nós sem o Jhony (Jonathan Lira) um dos nossos principais jogadores, entendi que perdi ali pelo cansaço. Sem tirar o mérito do Palmeiras, que é um time incrível, mas de ali em diante eu passei todos os dias pensando e sonhando em jogar essa fase final e destruir. Treinei muito pra isso, e pô, o resto é história!"

- A subida de nível de embate te trouxe alguma insegurança?

"A subida de nível não me trouxe insegurança nenhuma. Pra falar a verdade, só me trouxe mais confiança! Sempre foi meu sonho estar entre os melhores, entende? Querer estar no mais alto nível... Só joguei com mais gana, mais vontade ainda de vencer e isso só agregou ao meu jogo. Não tive insegurança em nada."

- Em Campinas, o que foi mais fácil e mais díficil pra você?

"O mais fácil foi me conectar com minha equipe, a nossa união, já que não eramos uma equipe tão fechada antes da viagem. Depois, e durante, a gente aumentou demais nossa conexão, que foi incrível não só pra mim mas pra todo mundo, afinal viramos mais que um time, uma família! O mais difícil foi o cansaço, isso bateu muito. Nos últimos jogos, eu joguei com câimbra na panturrilha, coisa que aconteceu no primeiro jogo mas aumentou ao longo do campeonato. Nos últimos dias ali, tava osso..."

- Foram 5 vitórias e 1 derrota, além do prêmio de MVP contra os melhores jogadores do Brasil. Como você se sente?

"Depois disso tudo, me sinto realizado. Tô vivendo um sonho, sempre sonhei com esse momento, mas agora só sinto que tenho que melhorar cada vez mais, até porque como dizem: chegar é muito fácil, o difícil é continuar aqui. Quero treinar bastante; batalhar; continuar com o mesmo foco e humildade de sempre; continuar sendo MVP; sendo cestinha; sempre em alto nível; no topo. Tô muito realizado, muito feliz com essa conquista!"

- A sua explosão no CBI trouxe muita atenção pra ti, e hoje, seu nome é tratado com destaque nas conversas de Seleção. Há um sentimento de que você vai vestir a Amarelinha? Quem você gostaria de jogar junto lá?

"Há sim um sentimento de eu poder vestir a amarelinha, e isso me deixa muito feliz. Eu penso nisso, mas com os pés no chão, até porque eu entendo que tem uma politicagem por trás e eu não sou de São Paulo... Querendo ou não, os principais nomes sempre vem de SP, então tô com os pés no chão. E é óbvio né quem eu queria jogar lá: o Baduzinho, e espero muito que isso aconteça!"

- O que te falta como jogador?

"Não acho que falta muita coisa, me considero um jogador completo, mas acho que deveria melhorar o meu chute de três pontos e ser mais um playmaker. Sou mais um finalizador... Olho pra isso e sinto que dá pra melhorar."

- Qual é seu sonho no basquete? Qual é seu sonho na vida?

"Meu sonho no basquete é se tornar um dos melhores do Brasil, ou o melhor né? Sempre estar no topo, que nem o Yago! Na vida, meu sonho é deixar minha família bem e com as melhores condições financeiras possíveis. Realizar o sonho deles é meu sonho."