Com Montenegro, Geórgia e Letônia no caminho da vaga olímpica, a amarelinha sabe o que tem pela frente. Em coletiva pós-chaveamento, tive a oportunidade de conversar com Gustavinho de Conti sobre o pré-olímpico, e vi muito otimismo do comandante na perspectiva de que podemos competir mesmo que sem favoritismo. Abaixo, minhas dúvidas e as respostas do professor.
Sobre os europeus, Shengelia da Geórgia; Vucevic de Montenegro e Porzingis da Letônia são "grandes" protagonistas. Como se lê os adversários com essa característica, e há um padrão na preparação pros confrontos em questão?
"Me permita discordar um pouco da questão dos grandes. Começando pela Letônia, a falta do Porzingis na Copa do Mundo e a campanha que lá eles fizeram mostra que é muito mais que um jogador só. Eles têm uma seleção muito boa, e algumas vezes esse grande jogador pode até 'atrapalhar um pouco' a fluidez da equipe, isso aconteceu por exemplo com a Grécia e o Antetokounmpo em algumas situações em que os jogadores jogavam muito pra ele e acabava atrapalhando um pouco o desempenho coletivo da equipe, e é o desempenho coletivo que predomina as competições internacionais, uma coisa muito diferente da NBA onde o jogo é centrado para as grandes estrelas. Mas, concordo com você que se eles (Geórgia; Letônia e Montenegro) tiverem esse acréscimo desses grandes jogadores, e se eles estiverem imbuídos pelo coletivo sem dúvida nenhuma fica muito mais complicado de se ganhar de uma equipe dessa. A gente espera, como tradição, os três europeus com o jogo coletivo e não centralizado em alguém. Então, a gente vai tentar competir contra essas seleções e não determinado jogador."
Nesse contexto, Bruno Caboclo é uma peça fundamental pro sucesso, ou fracasso, da Seleção. Como você o enxerga nesse papel e nesses jogos?
"Eu diria que o Bruno Caboclo ele não é um jogador completamente decisivo, daqueles que a gente depende completamente, mas ele é o encaixe pra qualquer time! Ele é encaixe desde o Paraguai, que vamos enfrentar na próxima janela aqui, até a Geórgia e os EUA e França se formos pra olimpíadas... Ele é um jogador muito versátil, que consigo colocar em qualquer posição. Ele defende qualquer posição, ataca em qualquer posição, só de 'point guard' que ele não consegue ir. Mas enfim, ele é um jogador sensacional, de um potencial danado e extremamente comprometido com a Seleção Brasileira, um líder até na Seleção. Então, é um jogador que estiver disponível é claro que com ele a gente muda de patamar. Temos outros também tão importantes quanto ele: Raulzinho; Yago; Benite; Marcelinho Huertas; Felicio... Temos jogadores importantes, e que podem ser decisivos, cada um a sua maneira."
De 2 a 7 de julho do próximo ano, a Seleção Brasileira briga por uma vaga olímpica em Riga (Letônia).
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