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Foto do escritorArthur Salazar

Triunfo estético.

Se o "basquete" já é um mundo de aparências, imagina o "basketball"... Com primeiras impressões banhadas à esteriótipos, o olhar estadunidense sob o basquete, se baseia em tendências sazonais pra antecipar o imprevisível.


A moda, que flutua por definição, abraça àqueles encaixados nos rótulos destacados do hoje. Em quadra, a tendência do instante catapulta os que brilham o olho pela semelhança, a previsão de fácil resposta.


Hoje, um jovem atlético com envergadura multiplicada é Giannis Antetokounmpo na sinapse relaxada, assim como um grande inteligente é Nikola Jokić, e um desengonçado e lento definidor é Gui Santos! Ops... Luka Dončić.


De verdade, nem eu acredito nessa comparação esdrúxula. Mas a verdade, é que tem um certo alguém que ganha muito abraçando esse preconceito.


O "fetichismo" ianque beneficia o brasileiro, e a "beleza exótica" ataca novamente! Gui Santos é o nome da vez.


Seu triunfo é a imaginação alheia; o paralelo preguiçoso; a estética que anuncia: "Gui Santos é o brazilian Dončić!"


Pega a peruca loira e embarca nessa jornada!

 
 

Ouvi dizer - exclusiva da Coast to Coast me contou - que Manu Ginóbili é a referência de Gui. Pra mim, há um caminho possível pro "armador-ala-ala4-pivônosufoco" tupiniquim nesse papel...


É óbvio que em julho de 2023, o brasileiro não tem o mesmo status do vizinho argentino em 2002, quando Manu estreou na NBA. A bagagem europeia - abarrotada de troféus - foi fundamental pra certificar Ginóbili, e seu renome com destaque absoluto.


Em dois verões nos holofotes, Gui não conseguiu replicar nem um décimo do frenesi de seu ídolo.


No papel, eis a principal diferença: o status.


Em quadra, eurosteps; bandejas com a mão errada e passadas circenses, são compartilhadas entre os latinos. Há também, um equilíbrio baseado em diferenças, que potencializa o tal charme aparente tanto citado na introdução.


- Manu é menor; mais ágil e mais elegante. Controla seu corpo.

- Gui é maior e mais forte, mas com traços desajeitados e mais pesados.


De novo, o "quê" desastrado do brasileiro não é ruim, mas sim magnético. É o seu diferencial, que explode em uma liga de papéis e funções, onde há um fascínio quando se vê um jovem explorando técnicas inusitadas, com garbo contextual.


Eis aí a principal semelhança entre a dupla: o basquete empírico.


Gui é expoente de um estilo singular, onde, seu jogo misterioso não abre espaço para preconcepções. A fluidez supera o plano tático engessado, com incoerências e coragem pra repeti-las.


Assim, o paradoxo da estética é exposto, e com um encantado final feliz, beneficia justamente o estereotipado.


Na gaveta dos desconhecidos; estranhos; excêntricos e especiais, Gui senta ao lado de outros enigmáticos jogadores de basquete.


Basta abraçar o rótulo, mesmo que pros outros, afinal seu super-trunfo lhe foi dado: seguir sendo "esquisito".


Seu triunfo é estético.

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