Em 2022, Lucas Prolla era o grande cestinha do Corinthians nas suas categorias de base, e um dos chutadores mais conhecidos no basquete de formação brasileiro. Mesmo assim, o armador alvinegro não foi convocado para Seleção Brasileira que disputaria a AmeriCup Sub-18, da qual já havia sido cortado, durante a preparação para o Sul-Americano Sub-17. Ambas decisões de Vitor Galvani, técnico alvinegro, foram consideradas um erro pelo olhar do torcedor. Aliás, muitos jogadores daquele mesmo grupo que viajaria para Tijuana, acreditavam que o gaúcho poderia estar entre os 12.
Bom, no dia 21 de maio daquele mesmo ano, o elenco convocado por Galvani se apresentava no Parque São Jorge para os treinos. Na noite daquele sábado, o Corinthians Sub-18 pegava o Mogi Basquete em um jogo trivial, e sem Samis Calderon e Vitor Galvani, coube a Lucas Prolla fazer do jogo, o seu. Assim, em 36 minutos, ele marcou 47 pontos e acertou 8 de 12 tentativas de mais longe, e liderou o Timão em um atropelo de 25 pontos de vantagem, na frente de todos da Seleção.
Seu recorde segue intacto no basquete do Corinthians.
Meses depois, ele se apresentaria no AZ Compass, programa ianque de desenvolvimento que já desenvolveu três jogadores de NBA e cinquenta e um prospectos de DI da NCAA. Passou um tempo por lá, foi bem. Mas, sofreu com problemas burocráticos que o tiraram do principal elenco do time e limitaram seu sucesso no processo de recrutamento para o basquete universitário.
Assim, escolheu o caminho do Junior College, uma espécie de palco abaixo das luzes da primeira divisão, que se bem aproveitado, gera oportunidades concretas na subida de naipe. Jimmy Butler; Dennis Rodman; Ben Wallace e tantos outros, passaram pelo JuCo antes de chegar na NBA. Prolla, cresceu em quadra e fez uma temporada de protagonismo pelo MSUWP Grizzlies, até uma cruel lesão no pé e cirurgia de recuperação, o afastaram de quadra.
Mesmo assim, há que conheça de longe o craque em formação, e coube a Dru Joyce III essa função. O primeiro grande armador de LeBron James escolheu Lucas Prolla, e o brasileiro fechou com Duquesne. Prolla jogará pelos Dukes como um “Walk-On”, um atleta sem bolsa atlética. Com todas as possibilidades de estrear pelo atual campeão da Atlantic-10, e zebra no March Madness, Lucas falou por aqui sobre o momento mais importante da sua carreira.
ENTREVISTA
Como você descreve sua ida para os EUA desde o AZ Compass até a oferta de Duquesne?
"Desde 2022, quando sai do Corinthians, até 2024, quando estou indo para Duquesne, foram dois anos bem turbulentos e reveladores dentro e fora de quadra. Foi tudo uma montanha-russa de altos e baixos. Minha experiência no AZ Compass foi incrível, mas um basquete completamente diferente para mim, e jogando Junior College também. Tive muito mais protagonismo, enquanto no AZ Compass mudei muito meu estilo de jogo, e consegui voltar a ser eu mesmo em quadra nesse ano em Missouri. Mas, sofri algumas lesões e fiz cirurgia, o que me fez me achar muito no extra quadra. Agora chegando a Duquesne, eu espero poder maximizar a minhas experiências dentro e fora de quadra; realizar novas conexões; e jogar no maior nível do basquete universitário dos EUA, a primeira divisão da NCAA."
O que espera de Duquesne? O que pensa sobre a oportunidade de jogar por Dru Joyce?
"Quero ganhar; quero jogar o March Madness; quero ganhar a conferência, mas pessoalmente quero achar meu papel em quadra e como posso impactar o jogo. Seja com meu QI de basquete, ou meu arremesso, quero impactar o jogo; somar; e trazer uma energia diferente para o time. Acho que todos do elenco trazem alguma coisa diferente, e quero achar minha em Duquesne. No final das contas, quero que seja uma experiência que eu olhe para trás e nunca me esqueça; faça muitos amigos; e seja algo que impacte minha vida para sempre."
Qual é seu maior objetivo no basquete?
"Meu sonho sempre foi jogar DI, e isso estar acontecendo é bem gratificante para mim, algo que eu penso todas as noites. Acho que o próximo passo é jogar um March Madness, falando de basquete, esse é o meu maior sonho e acho que esse time é maravilhoso para isso e tem todas as peças para conseguir. Pessoalmente, não sei quão longe o basquete pode me levar, obviamente acho que posso ter algumas boas oportunidades profissionais, e ver o que é o melhor para mim depois do College. O mais importante é estar centrado e focado, e felizmente no universitário posso aproveitar duas oportunidades boas (atlética e acadêmica)."