Diretamente do Maranhão, Ruan Michel Miranda: o "Ruantetokounmpo" é o pivô do Mexico City Capitanes na G-League. Ao lado de Alexey e Mãozinha, o gigante de 2.07m e 115kg vê seu sonho de perto; com trajetória inesperada e compatriotas pra comemorar a vitória na carreira.
Âncora do Super-Flamengo na base, Ruan não conseguiu se firmar no basquete rubro-negro e foi emprestado cedo ao Cerrado. Por lá, o maranhense surpreendeu (12.0 PPJ e 6.9 RPJ) e apostou no projeto do centro-oeste como sua casa pós basquete carioca. No NBB 2022-23, e com recém feitos 21 anos, Ruan dominou a liga com médias de 15.4 PPJ; 8.0 RPJ; 1.2 BLKPJ e aproveitamento de 62.0% nas suas tentativas.
Com destaque absoluto, foi coroado o Destaque Jovem do NBB e MVP da LDB Sub-22 de 2022 (18.1 PPJ; 11.9 RPJ; 2.7 ASTPJ e 1.3 BLKPJ). Ruan foi contratado pelo Paulistano para a temporada 23-24, mas uma mensagem de texto mudou seus planos...
- Como chegou o convite pra você se tornar jogador do Capitanes?
"Eu ia colocar meu nome no NBA G-League International Draft, no dia 28 de outubro! Mas o convite do Capitanes chegou no dia 27, na madrugada depois do jogo contra o Bauru e da viagem pra São Paulo. Meu agente me chamou, e disse que eu se eu quisesse ir precisaria assinar o contrato até às 10h da manhã seguinte. Nem deu tempo de pensar! Nem deu tempo de falar com minha fammília... Peguei, assinei e fui dormir rs!"
- Do Flamengo ao Cerrado, do Paulistano pro México: você imaginava essa trajetória?
"Quando eu tava no Flamengo, em 2019 antes da pandemia, eu falei pra mim mesmo que teria 4 anos pra me preparar pra NBA. Me preparar tanto no basquete em quadra: taticamente e técnicamente, quanto na academia: físico e força. Coloquei esses dois pilares como base pro meu objetivo. De lá pra cá, tiveram muitos altos e baixos com momentos que eu quis sim desistir... A transição da base pro adulto não é fácil, e tem que ter muita cabeça pros momentos em que você duvida de si mesmo! Mas me apeguei a esse objetivo, superei todas as adversidades e realizei! Estou na NBA G-League, que é NBA. Mas ainda é um degrau abaixo da NBA, então é um sonho que ainda está sendo realizado."
- A ida pra G-League envolve necessidade de adaptação, tanto em quadra quanto fora. Como você se enxerga no jogo NBA? É um estilo que te agrada?
"Acho que é tudo uma questão de adaptação, como você mesmo falou. Conforme o tempo, vou me adaptando ao jogo que é diferente e tem regras diferntes, é uma outra liga! Preciso entender o que eles estão falando, e a língua é a parte mais difícil pra essa adaptação. Mas eu consigo me ajustar rápido, sou uma pessoa que é assim, e acho que isso não será um problema pra mim."
- Você tá ansioso pra viver 24h o basquete NBA?
"Tô muito ansioso! Acordei hoje já pensando no jogo que tem à noite, e olha que faltavam quase 16h pra partida e eu só conseguia pensar: 'Quero jogar! Quero jogar!'. Então tô simm bastante ansioso pra estreia e pra todos os próximos jogos!"
- 14 brasileiros jogaram na G-League, e 9 conseguiram espaço na maior liga do mundo. Pra você, quais são os próximos passos e o que precisa ser feito pra você se tornar o 10º dessa lista?
"Cara, eu acho que tenho muito a melhorar! Na minha opinião, não estou com o corpo perfeito pra jogar NBA mesmo que eu tenha melhorado muito meu porte físico... Mas acho que não tá no nível que eu quero estar pra chegar lá! Meu chute de três precisa melhorar bastante, que eu acho que isso será um diferencial muito grande pra minha ida à NBA. Se eu melhorar esses dois aspectos, e ir bem aqui no Capitanes, acho que posso sim ir à NBA. Acredito que tenho um jogo muito bom no poste baixo, então vou continuar evoluindo nisso. Mas, agora preciso mesmo melhorar meu chutinho que me faz acreditar que consigo uma vaga na NBA."
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